Darth Chief: 1001 Filmes Para se Ver Antes de Morrer- Alphaville

Ficção cientifica Francesa será a análise dessa semana...

Por Espetacular Nik

A obra prima de Jean-Luc Godard, uma união de Ficção cientifica e cinema Noir. Mas será que ela é realmente uma obra prima? Essa improvável união funciona? É o que vamos analisar nas próximas linhas.

O filme conta a história de Lemmy Caution (Eddie Constantine), que tem a missão de ir até a misteriosa Alphaville e matar o criador do supercomputador Alpha 60. Em sua jornada mergulhamos num mundo totalmente alienado e obscuro, psicodélico em todos os sentidos.

Admito que o filme seja simplesmente a mais estranha ficção cientifica que já vi. Godard não criou cenários futuristas para sua Alphaville, ele usou Paris, que segundo ele é sombria e passa uma sensação de futurismo. O filme todo passa uma sensação de angustia a todo o momento, sua escuridão trás a tona a influência Noir do filme.

As interpretações são boas, mesmo que o protagonista Eddie Constantine interprete de uma forma meio canastrona, sempre tentando lembrar um detetive estilo Sherlock Holmes. A situação descrita no filme é discretamente mostrada, aos poucos se vai percebendo que os sentimentos foram confundidos e que a população é manipulada desde a infância para não amar e a maioria das mulheres são meretrizes. Essa sutileza única é um dos destaques do filme, a própria história se desenrola sutilmente, um ponto para Godard.

A trilha sonora incomoda por ser repetitivas, e muitas vezes angustiantes sons são utilizados de forma desnecessária. O computador Alpha 60 lembra muito HAL 9000 de 2001: Uma Odisseia No Espaço, em sua ambição e pensamentos profundos, a voz cavernosa de Alpha 60 contribui ainda mais para o clima constante de suspense do filme.

Por fim, Alphaville mesmo canastrão e antiquado como ficção cientifica não deixa de ser um grande clássico. Seu estilo Noir e sutilezas o transformam num belo atrativo para amantes da sétima arte, não sei se ele entra como um filme para se ver antes de morrer, mas sem dúvida é um clássico incontestável.

Nota-7.5