quarta-feira, 15 de maio de 2013

Os Supremos Vol.1 é realmente um clássico?


   Relendo Supremos Volume 1, acabei me fazendo essa pergunta....



      Geralmente idealizamos a HQ que achamos incrível em um primeiro contato e, depois de um certo tempo, notamos que ela pode não ser tão boa assim, Isso aconteceu pra mim com Os Supremos de Mark Millar e Brian Hitch. Li sete anos atrás e achei incrível. Recentemente, reli a obra e tive que fazer algumas reconsiderações. Mas, afinal, ela continua tão boa quanto antes?

A arte de Brian Hitch ainda impressiona.
   Os Supremos são os Vingadores do universo Ultimate, muito mais ligada a SHIELD do que sua contraparte do universo 616. O Capitão América é canastrão e nacionalista ao extremo. O Homem de Ferro é super excêntrico e muito mais bem humorado. A Vespa, aqui uma asiática, é meio vagabunda (e esconde um segredo acerca de suas habilidades). O Gigante e Bruce Banner são instáveis psicologicamente. O Gavião Arqueiro e a Viúva Negra são, assim como no filme de Joss Whedon, diretamente ligados  a agência de espionagem. Também temos o Mercúrio e a Feiticeira Escarlate, mas sem nenhum destaque neste primeiro volume, e o Thor, que se diz o filho de Odin, mas é considerado por quase todos um maluco com super-poderes.

O Capitão América renasce.

   A história começa com a formação da equipe, a mídia em torno da ideia (reforçada com a encontro do Capitão América), a polêmica envolvendo os custos do programa e culmina com o reaparecimento dos Chitauri, uma raça que está envolvida em diversos desastres sociais na história e agora querem causar uma nova guerra para destruir a raça humana. Cabe agora a SHIELD e sua tropa de elite (ou Pessoas de Destruição em Massa, termo fantástico cunhado pelo Millar) enfrentar os invasores, há anos infiltrados em nosso planeta.

Um Tony Stark muito bem trabalhado.
    O roteiro de Mark Millar é bem trabalhado, com diálogos inteligentes e boas tiradas. Alguns personagens foram muito bem desenvolvidos como o Capitão América e o Homem de Ferro beberrão (é hilário quando ele deixa claro que só tem coragem pra fazer o que faz - inclusive vestir a armadura - porque bebe). O primeiro trouxe para o século XXI o patriotismo da propaganda militar da Segunda Guerra Mundial. E funciona! Já Hank Pym e Janet foram vítimas dos exageros do roteirista, sendo colocados como um casal problemático ao extremo, de maneira bem exagerada.


Os exageros do Millar.
  A narrativa é ótima, mas esbarra em algumas gratuidades como a briga entre Hank e Janet na edição 6 e a descrição extremamente nojenta do segredo de Janet. Hank simplesmente quase mata sua esposa nela, não precisava de tanto. Outro exagero é a briga entre Capitão América e Gigante - que Capitão América mais ANOS 90 é aquele? Sem falar da piadinha do Capitão pro lado dos franceses, aquilo foi muito desnecessário. Felizmente, elementos compensam os exageros gratuitos.

"Me render? Me render?! Acha que esse A é de França?"

Vespa fica pelada em 70% da série.
    A arte de Hitch está fantástica, sem palavras, dignas de uma verdadeira superprodução. Os traços são surpreendentes. Outra sacada interessante foi o Hulk  porraloca e verborrágico, bem mais realista (lembra o Mr. Hyde da Liga Extraodinária, do Alan Moore). Os autores mostram muito bem os efeitos de uma crise envolvendo um personagem tão poderoso. Há mortes e, claro, a necessidade do governo de esconder sua própria responsabilidade no acontecido.

Thor: filho de Odin ou maluco super-poderoso?

Uma das várias cenas de ação da história. E um Capitão América que
funciona!

A conclusão desta cena é um exemplo de gratuidade.

Uma versão do Hulk bem mais sacana, lembrando o Mr. Hyde
d'A Liga Estraordinária (de Alan Moore e Kevin O'Neil).

A equipe reunida (?).


   Enfim, mesmo que exagerado e com piadas dispensáveis, Os Supremos é, sim, um clássico do nosso século e mostra heróis mais realistas agindo dentro de um sistema mais burocrático. 


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