sexta-feira, 27 de junho de 2014

Calígula (1979)


  Tive recentemente de ver esse filme por causa da faculdade, em alguns momentos eu me pegava pensando: O que diabos estou fazendo vendo isso?...


   

   Boa parte daqueles que amam História Antiga e todos os Historiadores conhecem Caio Júlio César Augusto Germânico, mais conhecido como Calígula, um dos mais brutais, senão o mais brutal, Imperador do Império Romano. No ano de 1979 o diretor Tinto Brass levou a cabo um filme sobre o infame monarca, mas Brass sofreu a intervenção dos metidos Giancarlo Lui e por Bob Guccione, fundador da revista Penthouse (Uma revista pornográfica). Com a intervenção de Lui e principalmente de Guccione, o filme que era para ser um filme Histórico ganhou a alcunha de pornô - épico.


    O filme conta (Ou tenta contar) a História de Calígula (o louco Malcom MacDowell de Laranja Mecânica), da ascensão a queda. Focando no seu relacionamento incestuoso com Drusila (Teresa Ann Savoy), que era sua irmã, paranoia e medo da traição.


     O filme erra em praticamente todas as tentativas de ser Histórico. Em vários momentos os personagens se referem a Roma como sendo uma Republica, quando na verdade o período Republicano já havia acabado décadas antes, além da visão totalmente deturpada de Roma como sendo um lugar onde todos, incluindo os pobres (???), viviam transando vinte e quatro horas por dia, há também determinado momento em que Calígula comenta que os guardas de sua esposa serão "Homossexuais castrados", quando em Roma não havia essa visão de homossexual (Mesmo que alguns homens preferissem outros homens). A personalidade de Calígula é desenvolvida de maneira porca, do nada o personagem passa de príncipe bonzinho a Imperador ditador promíscuo assassino. Sem falar que as vestimentas são totalmente erradas, principalmente as armaduras dos soldados.



     A estrutura do filme é totalmente comprometida pela ambição pornográfica dos diretores  (Provavelmente do Guccione), as cenas eróticas são desconexas, longas e irritantes (Nunca entendi exatamente o que veem nos filmes pornôs, são só pessoas fazendo sexo, não há nada espetacular nisso). Em alguns momentos  é tirado o foco de determinada conversa relevante para a trama para focar em alguém fazendo sexo no cenário. Não são poucas as cenas em que verá uma cena de sexo oral ao som de uma conversa. O filme deixa pouco para a imaginação do público (Punheteiro ou não), você verá sexo vaginal, anal, oral, lesbianismo, gay, insinuações de bestialismo, masoquismo e até mesmo necrofilia incestuosa, tudo explícito e jogado na sua cara!


      O elenco é formado de talentos como Peter O'Toole (Lawrence da Arábia)Sir Arthur John Gielgud (O Homem Elefante), todos pouco inspirados com o filme, o que é perfeitamente entendível. O destaque do filme é Malcom McDowell que convence no papel de loucuro, insano e paranoico. O ator é tão bom em interpretar malucos psicóticos que duvido de sua sanidade.
     Mas como nem tudo é de todo mal (Exceto o filme Bruce Lee Fights Back From The Grave), devo dizer que a fotografia do filme é muito bela em alguns momentos, como a cena final do sangue escorrendo pelas escadas, aquela cena quase me fez ter usa visão mais artística sobre o filme (Eu disse quase).



     Não vou dizer que esse é o filme mais nojento, obsceno e maldoso que já vi, pois já videei coisas muito piores e gratuitas no gênero Trash, mas devo admitir que nem os Trash permitem que sua gratuidade atrapalhe tanto o andamento do filme. Calígula está mais para um filme pornô do que para um filme Histórico e é tão ruim quanto qualquer filme pornográfico.

Nota- 2

 
TítuloCaligula (Original)
Ano produção1979
Dirigido por  
Estreia
17 de Agosto de 1979 ( Brasil ) 
Duração156 minutos
Classificação
Gênero
Países de OrigemItália


Trailer


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