Críticas rápidas de algumas coisas que vi no fim de semana...
Kamen Rider Drive eps. 01- 03 (2014)
A nova série Kamen Rider tem uma grande responsabilidade nas costas, manter a qualidade recuperada por Kamen Rider Gaim, que foi uma ótima série após três anos de séries Riders péssimas (Kamen Rider OOO, Fourze e Wizard). A premissa é boa, inovadora e dá pra ver que o pessoal da Toei realmente está se esforçando em manter o nível, mas estão conseguindo?
Shinnosuke Tomari é um ex-policial de elite da Polícia Metropolitana, que depois de um evento que traumatizou um de seus colegas foi "rebaixado" para a Divisão de Investigações Especiais, um grupo que analisa os acontecimentos estranhos na cidade, particularmente eventos que deixam as pessoas incapazes de se mover e que o público tem chamado de "desaceleração". Com isso Shinnosuke é escolhido pelo Drive Driver e Tridoron, e se transforma em Kamen Rider Drive e tem a tarefa de lutar contra os Roidmudes que desejam dominar o mundo e eliminar a humanidade.
Os efeitos especiais estão ótimos, o visual do Rider (Que, estranhamente, pilota um carro) é o melhor desde Double (2009- 2010), mas infelizmente, os primeiros três episódios lançados até agora não empolgam, talvez eu tenha criado expectativas demais depois de Gaim, mas achei o novo Kamen Rider apenas regular até agora
Heavy Metal: Mundo em Fantasia (1981, Dirigido por Gerald Potterton)
Li as revistas Heavy Metal que saíram no Brasil após comprar em um sebo, lembro que curti muito e foi a primeira HQ adulta que li, mas apenas nesse fim de semana vi a animação derivada da HQ, o filme Heavy Metal: Mundo em Fantasia, de 1981.
O filme é uma antologia de várias histórias de fantasia e ficção científica adaptadas da revista Heavy Metal e também histórias originais, todas conectadas pela essência do mal. Como a revista, a animação tem uma grande dose de violência gráfica, nudez e sexualidade.
A animação, revolucionária para a época, é fantástica, todas as histórias são de ótima qualidade, a trilha sonora é incrível e como o filme é formado de várias histórias diferentes, porém indiretamente conectadas, nunca fica cansativo de assistir e isso evita vários furos na narrativa. Simplesmente ótimo.
Vinhas da Ira (1940, dirigido por John Ford)
John Ford é um diretor famoso por se comunicar com as classes mais humildes da sociedade, o que é ótimo, pois até meados dos anos 50 o cinema era passatempo para essas classes humildes. Vinhas da Ira é um dos seus filmes mais fortes.
Relata a história de uma família pobre do estado de Oklahoma, que durante a Grande Depressão de 1929 se vê obrigada a abandonar as terras que ocupava havia décadas, em regime de meeiros, devido à chegada do progresso, traduzido pela compra de tratores e máquinas pelos donos dessas, e de um novo regime de propriedade. Este fator tornou obsoleto o trabalho manual de aragem e plantio da terra, e forçou-os a rumar em direção à Califórnia.
Um filme poderoso que traz uma mensagem já conhecida, o lado negativo do progresso, como o capitalismo é capaz de destruir famílias e entre outras coisas. Mas o interessante de Vinhas da Ira é que, em momento algum, ele assume tom explicitamente crítico, é crível e isso pode ter acontecido com qualquer família na época. É, para mim, o segundo melhor filme de John Ford, ficando atrás apenas de Juiz Priest.
Chelsea Girls (1966, dirigido por Andy Warhol e Paul Morrissey)
Curto cinema experimental, neles são feitas coisas que não são comuns no cinema tradicional. Mas devo dizer que, em alguns casos, o cinema experimental pode ser um tremendo porre. Este é o caso de Chelsea Girls.
Ode à cultura underground dos anos 1960, repleto de diálogos e sequências envolvendo sexo, drogas e política. Simultaneamente são projetadas duas cenas dividindo a tela em ações distintas. As imagens e o áudio são manipulados. Em várias cenas vemos a combinação de cores e preto-e-branco, o som fica com volume baixo em algumas partes e totalmente ausente em outras, dando a impressão de defeitos técnicos. Um dos filmes mais radicais e cultuados de Andy Warhol.
Um filme interessante, é passado em tela dividida e traz diálogos muito bem construídos, porém a duração de 3 horas faz com que o filme caia em um clima de altos e baixos e acabe se tornando cansativo, bastante cansativo. Poderia ter sido bem melhor se tivesse sido melhor cortado, Chelsea Girls não tem força para ser um filme que vá além das 2 horas, isso é o que tira o seu brilho, transformando um filme único em uma peça cult cansativa dos anos 60.
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