sábado, 22 de fevereiro de 2014

RoboCop



 Vivo ou morto, você vem comigo. Ou pode ficar aí, se quiser...





 Normalmente só vou para o cinema na segunda-feira, que é mais barato. Mas não quis esperar e fui conferir a versão ZÉPADILHIANA do nosso querido Policial do Futuro na estreia mesmo. Lê a sinopse, direto do site oficial:


 "Em RoboCop, o ano é 2028 e o conglomerado multinacional OmniCorp está no centro da tecnologia robótica. No exterior, seus drones têm sido usados para fins militares anos, mas na América, seu uso foi proibido para a aplicação da lei. Agora a OmniCorp quer trazer sua controversa tecnologia para casa, e buscam uma oportunidade de ouro para fazer isso. Quando Alex Murphy (Joel Kinnaman) - um marido e pai amoroso, e um bom policial que faz seu melhor para conter a onda de crime e corrupção em Detroit - é gravemente ferido no cumprimento do dever, a OmniCorp sua chance para criar um oficial de polícia parte homem, parte robô. A OmniCorp prevê a implantação de um RoboCop em cada cidade para assim gerar ainda mais bilhões para seus acionistas, mas eles não contavam com um fator: ainda um homem dentro da máquina."

  
 Quando o remake de RoboCop foi anunciado, fiz parte do coro de fãs revoltados que não queria que mais uma parte de sua infância (ou adolescência) fosse esmigalhada por Hollywood. Não sem razão: remakes desnecessários nos entregaram filmes que mais pareciam um monte de bosta do ED-209. Para piorar, o politicamente correto impera, fodendo podando a criatividade e nos entregando "obras" que, feitas para agradar a todos os públicos, acabam não agradando ninguém. E RoboCop definitivamente não se encaixava na mentalidade PG-13 de hoje em dia.

 Nem a escolha de José Padilha (Tropa de Elite) para a direção, um cara talentoso pracaraio, diminuiu a desconfiança. Afinal de contas, sabemos que diretores estreantes (e estrangeiros) na terra do Capitão América não tem muito poder de decisão. Ainda mais em uma produção de milhões de Reais Americanos dólares com a pretensão de recomeçar uma franquia.

A situação só piorou quando surgiram as primeiras imagens do ator Joel Kinnaman com o traje. 
Aquele visual "Batman genérico com visor do Ciclope" não agradou. 
Pelo menos eu não lembro de alguém ter gostado. 
 Aí veio o primeiro trailer. Não sei quanto a vocês, mas depois dele a sensação "não vi e não gostei" mudou para "tá bom, pode ser que eu veja". E não podemos negar que a escolha do elenco foi bacana. Não conhecia e nem conheço trabalhos anteriores do protagonista, mas o restante deu uma animada. Principalmente nos nerds. Vamos lá: um filme que tem o Batman (Michael Keaton), Comissário Gordon (Gary Oldman), Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Rorschach (Jackie Earle Haley) não podia ser tãããão ruim.

 
E não esqueçam da teteia Abbie Cornish (Sucker Punch) no papel de Clara Murphy, 
esposa do policial Alex Murphy. Uma mulher dessas em casa e explodem o pinto do infeliz... 
Ô azar do cão!

 Tentarei ser mais sucinto e falarei sobre alguns pontos fortes e fracos do filme, sem ordem nenhuma. Então se virem para descobrir qual é qual:

 Joel Kinnaman nos entrega um Alex Murphy com fibra. Não estou dizendo que o antigo não tenha, que fique claro. O cara não é um novato e mesmo com toda a corrupção na policia e violência nas ruas, acredita firmemente no seu trabalho. E ele tem o mesmo chassi de grilo que tinha Peter Weller, no filme original.

 A família de Alex (esposa e filho) aparece em todo o filme. Isso faz a gente pensar em porque diabos o cara iria querer voltar para eles depois de toda a merda que aconteceu. Falando nisso: negada, a cena em que mostram o que sobrou do coitado é angustiante.

 A violência ainda está presente. Não da forma explícita do filme de 1987, mas a ação é tão bem conduzida que fiquei na boa. O atentado sofrido por Murphy passa longe do impacto da versão oitentista, mas serve para o propósito da história.
Achei uma boa sacada mostrarem o treinamento do RoboCop. O cara passou meses em coma e acorda em uma carcaça. É claro que não volta para as ruas imediatamente.

 Ainda não entendi porque manter a mão humana.

 O CG é bem discreto, tirando algumas partes óbvias (ED-209 e drones de combate). Não houveram os temidos malabarismos que todos estavam esperando. Só uma ou outra amostra das habilidades do RoboCop, como correr e pular, por exemplo. 
 Falando em ED-209: os robozões são fodas, visualmente. Mas não tem o "charme" do original. E não esperem nenhuma cena de humor negro. A OCP tem controle total sobre eles.

Fala a verdade: os Sentinelas do novo X-Men iam se cagar de medo na frente de um desses.
 Voltando um pouco para as habilidades do RoboCop: lembro que muita gente, eu inclusive, tinha medo que transformassem ele em um ninja. Nos trailers ele não parecia ser aquele "homem-tanque" que estávamos acostumados. É certo que o futuro mostrado no novo filme é diferente daquele do antigo. Novas tecnologias (sai a "garra USB", entra Wi-Fi) e o desenvolvimento de novos materiais, fortes e flexíveis, foram levados em consideração. A lentidão mostrada no original era uma desculpa para as limitações técnicas da época. Peter Weller mal conseguia se mover dentro do traje e isso foi incorporado na história.

 A sensação de falta de peso é eliminada por um detalhe importante, mas pouco lembrado: os efeitos sonoros.

 Quando assistimos ao RoboCop de 1987, não vemos o personagem logo de cara. Antes disso ouvimos seus passos e o som das engrenagens (engrenagens tá certo?). Assisti o filme pela primeira vez em 88 e, menino catarrento que eu era, fiquei impressionado: perguntei "o que aconteceu com esse cara?" antes de ver o robô. O filme de José Padilha acerta em ter mantido os efeitos parecidos.

Infelizmente não vemos esse visual durante todo o filme.
A versão preta afrodescedente da armadura foi escolhida para a ação nas ruas por ser considerada "mais tática".

 A Detroit do futuro não parece tão apocalíptica como falavam. Não tem aquele climão de guerra urbana mostrado em outros filmes do gênero e no próprio RoboCop velhaco. É uma metrópole que sofre dos mesmos males de toda grande cidade. É violenta, mas não parece ser a MAIS violenta.

 Pontos importantes do filme original ainda são discutidos: o papel da imprensa, violência urbana, corrupção e a privatização de serviços públicos essências (no caso, a segurança). Ainda tem espaço para uma pincelada (ui) na política intervencionista norte-americana.

Samuel L. Jackson no papel de Datena Pat Novak.

 Mas nada disso é tão discutido quanto a questão principal das duas versões: onde termina o homem e começa a máquina?
 Alex Murphy está ciente de quem ele é desde o momento em que acorda. A programação ainda dita as regras, principalmente em combate, mas o homem ainda está lá. Na versão anterior do personagem, Murphy apareceu de fato por poucos minutos, principalmente no final. Agora é diferente. Ele não parece entorpecido o tempo todo, salvo os momentos em que está dopado. Hehehehehe!!!

 Aí alguém me pergunta: "Ai, quer dizer que ele sente emoções? Fica revoltadinho e com saudade da família?"

  Te respondo: Sim. E isso é assustador. 

 Não gostei de outras coisas, mais específicas. Mas como falar sobre elas ia resultar em spoilers, deixa para lá.

 É isso, meus chuchus. É complicado comparar com o original, ainda mais se levarmos em consideração os mais de vinte anos de diferença entre eles. Ainda gosto mais do velhaco, mas o atual não fez feio. Na verdade, é muito bom.

Nota: 7,5. Satisfeito, Reaper?

RoboCop (2014)
Direção: José Padilha
Elenco:
Joel Kinnaman - Alex Murphy/RoboCop (o herói)
Michael Keaton - Raymond Sellars (presidente da OCP e filho da puta)
Gary Oldman - Dr. Dennet  Morton (cientista que constrói o robô) 
Abbie Cornish - Clara Murphy (a esposa gostosa que vai ficar na seca)
Jackie Earle Haley - Rick Mattox (o cara que treina o RoboCop. Outro filho da puta)
Samuel L. Jackson - Pat Novak (um daqueles apresentadores de programas policiais que passam na hora do almoço. Preciso dizer que ele TAMBÉM é filho da puta?)

Abbie Cornish não é parte máquina,
mas fica com os faróis acesos. Hein? Hein?

 Não tem podcast de novo. Tô preocupado com o Espetacular Nik. Se alguém tiver notícias do disgramento, me avisa no grupo Darth Chief no Facebook.
 Enquanto isso, ouVam minha participação (de novo?) no podcast HQFan dessa semana.

Feliz aniversário, Luana Ribeiro!

Até nunca mais.

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